Usinagem, classe de materiais M ISO - Aços Inoxidáveis

Fri, 11 de February de 2022 às 14:11

Categorias: Joinville

O que é o aço inoxidável ISO M?

O aço comum é uma liga de ferro e carbono. Já os aços inoxidáveis são aqueles aços que apresentam pelo menos 10,5% de cromo, menos de 1,2% de carbono e outros elementos de liga. A resistência à corrosão e as propriedades mecânicas são as principais características dos aços inoxidáveis e podem ser melhoradas, com adição de outros elementos de liga, como níquel, molibdênio, nióbio, titânio etc...

A principal característica desse tipo de aço, a resistência a oxidação, se dá por conta do alto teor de cromo na sua composição, isso acontece porque, ao entrar em contato com o oxigênio do ar, o cromo forma uma fina camada de óxido na superfície do aço, chamada de “camada passiva”  que protege-o contra a corrosão.

Apesar de invisível e finíssima, essa camada é altamente aderente ao aço inox, defendendo-o contra a ação de agentes agressivos, como água do mar, variações de temperatura e o próprio oxigênio, que é o principal causador das oxidações dos metais (ferrugem), a formação dessa camada é extremamente rápida, isto é, instantânea (cromo e oxigênio tem muita afinidade química)


Mesmo quando o aço inox sofre algum tipo de dano, seja um corte, amassado ou arranhão, imediatamente o oxigênio do ar combina-se com o cromo, formando novamente a camada protetora e restaurando sua resistência original.

As principais famílias do aço inox são os austeníticos, ferríticos e martensíticos, falaremos um pouco mais sobre elas na sequencia. No que diz respeito a usinabilidade destes tipos de aço, o ponto comum é que as arestas de corte são expostas a uma grande quantidade de calor, gerando desgastes do tipo entalhe e aresta postiça entre outros.

Definir uma boa ferramenta, com fatores como tipo de material de construção (classe) metal duro, CBN ou PCD, afiação especifica e principalmente, a escolha do revestimento adequado, são determinantes para um bom processo de usinagem dos aços inoxidáveis, a Platit do Brasil possui revestimentos específicos e de alto desempenho para estes materiais, falaremos mais sobre como definir estes pontos na sequencia.

Usinabilidade dos aços ISO M

A usinabilidade dos aços inoxidáveis varia dependendo dos elementos de liga, tratamento térmico e processos de fabricação (forjado, fundido etc...) em geral, a usinabilidade diminui com um teor de liga mais alto, porem a usinagem livre ou materiais com usinabilidade aprimorada estão disponíveis em todos os grupos de aço inoxidável. Segue as principais características destes aços no processo de usinagem:

  • Material com cavacos longos
  • O controle de cavacos é razoável nas famílias dos inox ferríticos/martensíticos, tornando-se mais complexo nos tipos austeníticos e duplex
  • Força de corte específica: 1800-2850 N/mm²
  • A usinagem cria altas forças de corte, arestas postiças, calor e superfícies endurecidas.
  • Quanto maior o teor de nitrogênio (N) na estrutura austenítica, maior a resistência e uma certa resistência à corrosão, porém, isto reduz a usinabilidade, ao mesmo tempo em que o endurecimento por deformação aumenta
  • Adições de enxofre (S) são usadas para melhorar a usinabilidade
  • Alto teor C (>0,2%) permite um desgaste de flanco relativamente maior
  • Molibdênio (Mo) e nitrogênio (N) reduzem a usinabilidade, porém, oferecem resistência à ataques ácidos e contribuem para alta resistência à temperatura
  • A microestrutura que os aços inoxidáveis alcançam dependem principalmente da composição química deles, na qual os componentes da liga cromo (Cr) e níquel (Ni) são mais importantes, na realidade, a variação pode ser ampla, devido à influência de outros componentes da liga que tentam estabilizar a austenita ou a ferrita. A estrutura também pode ser modificada por tratamento térmico ou, em alguns casos, por trabalho a frio. Os aços inoxidáveis austeníticos ou ferríticos endurecidos por precipitação têm maior resistência à tração.

 

Famílias de aços inoxidáveis e suas características:

Aços inoxidáveis ferríticos e martensíticos


Definição

Do ponto de vista de usinabilidade, aços inoxidáveis ferríticos e martensíticos são classificados como ISO P. O teor normal de Cr é 12-18%. Somente pequenas adições de outros elementos de liga estão presentes.

Aços inoxidáveis martensíticos possuem um teor de carbono relativamente alto, o que permite o endurecimento. Aços ferríticos possuem propriedades magnéticas. A soldabilidade é baixa para ferrítico e martensítico e apresenta média a baixa resistência contra corrosão, o que aumenta com um teor mais alto de Cr.

Uso comum dos aços inoxidáveis ferríticos e martensínticos:

Geralmente usado em aplicações que colocam uma demanda limitada na resistência à corrosão. O material ferrítico é relativamente baixo devido ao teor limitado de Ni. Exemplos de aplicações são: eixos para bombas, turbinas a vapor e a água, porcas, parafusos, aquecedores de água quente, indústrias de papel e alimentícia, devido a exigências mais baixas quanto a resistência à corrosão.

Aços martensíticos podem ser endurecidos e são usados para arestas em aços de cutelaria, lâminas, instrumentos cirúrgicos etc.

Usinabilidade

Em geral, a usinabilidade é boa e muito semelhante à dos aços baixa-liga, portanto, é classificado como um material ISO P. Um alto teor de carbono (>0,2%) permite o endurecimento do material. A usinagem criará desgaste de flanco e craterizações com alguma aresta postiça. As geometrias e classes ISO P funcionam bem, no entanto no que diz respeito ao revestimento a indicação é diferente das usadas nos aços classe P, podendo em algumas operações compartilhar o mesmo revestimento e em outras não, conforme indicação abaixo:


Aços inoxidáveis austeníticos e superausteníticos


Definição

Os aços austeníticos são o grupo principal de aços inoxidáveis e a composição mais comum é 18% Cr e 8% Ni (ex. aços 18/8, tipo 304). Um aço com melhor resistência à corrosão é criado pela adição de 2-3% de molibdênio, geralmente, chamado de “aços à prova de ácido” (tipo 316). O grupo MC também inclui aços inoxidáveis superausteníticos com um teor de Ni acima de 20%. Os aços austeníticos endurecidos por precipitação (PH) possuem uma estrutura austenítica na condição tratada por calor e um teor de Cr >16% e um teor de Ni de > 7%, com aproximadamente 1% de alumínio (Al). Um aço endurecido por precipitação típico é o aço 17/7 PH.

 

Uso comum dos aços austeníticos e superausteníticos

Usado em peças em que é necessária a boa resistência contra corrosão. Uma boa soldabilidade e boas propriedades a altas temperaturas. As aplicações incluem: indústrias química, de papel e celulose, coletores de escapamentos para aviões. Boas propriedades mecânicas são aperfeiçoadas com trabalho frio.

Usinabilidade

O endurecimento por trabalho produz superfícies duras e cavacos duros que, por sua vez, levam ao desgaste tipo entalhe. Além disso, ele cria adesão e produz arestas postiças (BUE) e tem uma usinabilidade relativa de 60%. A condição de endurecimento pode romper o material da cobertura e do substrato da aresta, resultando em lascamento e acabamento superficial ruim. O aço austenítico produz cavacos duros, longos e contínuos, difíceis de quebrar. A adição de Si melhora a usinabilidade, porém, reduz a resistência à corrosão. Use arestas vivas com uma geometria positiva. Corte sob a camada endurecida por trabalho. Mantenha a profundidade de corte constante. Gera muito calor durante a usinagem. O revestimento Unicut® possui característica físico/químicas que facilitam a usinabilidade e aumenta a proteção contra o desgaste por abrasão e adesão.

Aços inoxidáveis duplex 


Definição

Ao adicionar níquel (Ni) a um aço inoxidável ferrítico à base de cromo, uma estrutura/matriz de base mista será formada, contendo ferrita e austenita. Isto é chamado aço inoxidável duplex. Os materiais duplex têm uma alta resistência à tração ou à tensão e mantêm uma resistência à corrosão muito alta. As designações como superduplex e hiperduplex indicam alto teor de elementos de liga e resistência à corrosão ainda melhores. Um teor de cromo entre 18 e 28% e um teor de níquel entre 4 e 7% são comuns em aços duplex e produzirão uma porção ferrítica de 25-80%. A fase ferrita e austenita,  geralmente estão presentes em temperatura ambiente a 50-50% respectivamente.

Uso comum dos inoxidáveis duplex

São geralmente usados em máquinas para as indústrias química, de alimentos, construção, médica, celulose e em processos que incluem ácidos e cloro. Geralmente usados para equipamentos relacionados à indústria de extração de gás e petróleo.

Usinabilidade

A usinabilidade relativa geralmente é baixa, 30%, devido ao alto ponto de elasticidade e à alta resistência à tração. Um teor mais alto de ferrita, acima de 60%, melhora a usinabilidade. A usinagem produz cavacos fortes, que podem causar o martelamento dos cavacos e criar altas forças de corte. Gera muito calor durante o corte o que pode causar deformação plástica e craterizações severas. Os ângulos de posição pequenos são recomendados para evitar o desgaste tipo entalhe e a formação de rebarbas, a escolha do revestimento ideal além da estabilidade na fixação da ferramenta e da peça são essenciais para a estabilidade do processo de usinagem.

A Platit do Brasil possui revestimentos de alto desempenho, dedicados para todos os processos de usinagem de aços inoxidáveis, os problemas citados durante os processos de usinagem, como adesão de material, desgaste tipo entalhe, craterização, formação de aresta postiça, entre outros podem ser resolvidos com a aplicação do revestimento ideal, que precisam ter características físico/químicas especificas para a usinagem de aços inoxidáveis, como por exemplo:

·        Espessura de camada fina, para garantir que as ferramentas mantenham as arestas de corte “vivas”.

·        Baixíssimo coeficiente de atrito, para reduzir a adesão do material na ferramenta, durante o processo de usinagem.

·        Camadas nano estruturadas e nanocompostas, que conferem ao revestimento, o alto desempenho necessário.

·        As camadas com rugosidade mínimas, são geradas graças a tecnologia LARC® presentes nos fornos de PVD Platit

 Diferença da rugosidade,entre as camadas geradas pela tecnologia ARC (convencionais) disponíveis no mercado e as camadas geradas pelas tecnologia LARC® presente nos fornos Platit.


Dentre as características citadas, três dos nossos revestimentos possuem estas qualidades, são eles:

Unicut

Atualmente o melhor revestimento do mercado para usinagem de aço inoxidável, revestimento de alto desempenho que agrega todas as caraterísticas citadas acima, com um baixíssimo coeficiente de atrito, excelente estabilidade química a altas temperaturas, somados a uma nano estrutura diferenciada para este tipo de aplicação, que conferem ao Unicut, uma identidade única e altamente eficaz na solução dos problemas gerados no processo de usinagem de aços inoxidáveis, e pode ser usado em todas as operações de usinagem, como furação, fresamento, torneamento, rosqueamento entre outros, com rendimento muito superior aos oferecidos no mercado.


Milicuter

·        Revestimento de alto desempenho para operações de fresamento em aços inoxidáveis até 60 HRc, por ser um revestimento a base de Cromo alumínio e Silício, possui características que ajudam a dissipar o calor gerado na ferramenta durante o processo de usinagem, sua estrutura nano composta e nano estruturada, ajuda a prevenir arestas postiças, sua elevada resistência a oxidação por temperatura (>1200°) ajudam a prevenir os desgastes por abrasão, desgastes de flanco e deformação plastica com uma vida útil superior aos similares de mercado.       


Fi-ViC

·        O Fi-ViC é um revestimento que também possui camadas nano estruturadas e nano compostas, considerado um revestimento de ultima geração, com coeficiente de atrito mínimo e propriedades anti-incrustantes, também é uma excelente opção para a usinagem de aços inoxidáveis, podendo ser usados nos processos de furação, rosqueamento e alargamento.


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