Processo de fundição de alumínio sob pressão (FSP)
Características do processo de
fundição de alumínio sob pressão
Nos últimos anos notou-se no Brasil um aumento significativo
na produção de peças de alumínio, motivado principalmente pela indústria
automotiva e de motocicletas, que buscam oferecer ao mercado produtos que utilizem
metais mais leves e que consequentemente atendam as novas exigências ambientais.
Essa mesma realidade é vista também em outros lugares do mundo, como na Europa
e Estados Unidos, onde a média atual de alumínio por carro já é superior a 230
kg, isso porque os carros precisam ser cada vez mais leves para que possam
consumir menos combustíveis.
Figura 1- Algumas aplicações de peças de alumínio fundidas sob pressão em automóveis
Para atender a esta demanda crescente, as indústrias
metalúrgicas precisam constantemente inovar seus processos, a fim de oferecer
as montadoras produtos que atendam suas necessidades e os critérios de
qualidade cada vez mais rígidos.
Quando se trata de fundição de alumínio o processo de injeção
sob pressão lidera o ranking como meio mais utilizado na produção das peças. A
principal característica do processo é a obtenção de peças com excelente
acabamento superficial e precisão dimensional. Como as velocidades de
preenchimento são elevadas, o processo permite a produção de peças de paredes finas,
com geometria complexa e com dimensões próximas das finais ou mesmo acabadas.
O processo de fundição
sob pressão consiste em injetar um metal liquido (liga de alumínio, zinco ou
magnésio) contido em um recipiente para o interior da cavidade de um molde,
submetendo o metal a altas pressões.
A figura abaixo ilustra as etapas do ciclo do processo de
injeção sob pressão, onde, com molde fechado, o metal liquido é vazado na
câmara de injeção alojada na parte fixa do molde (figura 3a), o pistão de
injeção avança lentamente para retirar os gases da câmara de injeção (figura
3b), avança rapidamente para preencher a cavidade do molde (figura 3c) e após a
abertura do molde (figura 3e) a peça é extraída por pinos extratores
localizados na parte móvel do molde (figura 3f).
Principais dificuldades no processo de fundição de
alumínio sob pressão.
Com a alta demanda de peças fundidas, tornou-se necessário uma
atenção especial aos moldes de injeção, matrizes e seus componentes que durante
o processo de injeção sob pressão sofrem enormes esforços e tem custos altos de
manutenção, com o intuito de aumentar o tempo de vida útil destes ferramentais
que são de extrema importância para o processo produtivo e que podem ter
influencia direta no preço do produto final, vamos listar os principais
mecanismos de desgaste e outros problemas que acarretam prejuízo ao processo
produtivo, problemas como, alto índice de refugos, tempo de vida útil reduzido,
peças com defeito entre outros, acaba gerando para as empresas perdas
econômicas e atrasos no processo produtivo, abaixo listaremos as principais mecanismos
de desgaste encontradas no processo de fundição de alumínio e algumas soluções
que podem ajudar na redução ou solução desses problemas:
·
Trincas por
fadiga térmica:
Os moldes utilizados em fundição sob pressão estão sujeitos a
tensões cíclicas induzidas por gradientes térmicos e pressão de operação que
podem causar fraturas na superfície. Durante o ciclo de injeção a liga de
alumínio fundido no contato com a superfície do molde desenvolve um alto
gradiente de temperatura entre a superfície e o centro (substrato) frio. Isso
produz tensões na superfície que associadas a pressões de operação de 50 a 80
MPa2, podem causar deformações elásticas e plásticas levando à formação de rede
de trincas superficiais chamadas “trincas térmicas”. Essas trincas são
reproduzidas na superfície das peças injetadas e produzem deterioração
crescente da qualidade destas, além da possibilidade de se propagarem até a
inutilização da ferramenta.
A formação de trincas térmicas pode ser retardada nas
ferramentas de injeção com a utilização de aços com: maior tenacidade, ductilidade
em altas temperaturas, alta condutividade térmica, controle da microestrutura
durante os processos de têmpera e revenimento também são essenciais para a
prevenção das trincas térmicas. A temperatura da superfície é o principal
parâmetro que influencia a vida útil do molde de aço devido ao surgimento de
tensões térmicas (gradiente de temperaturas). Uma diferença de temperatura na
superfície de ±20ºC pode diminuir a vida útil do molde até em 50%. Essa
temperatura condiciona o surgimento e a propagação das trincas no contorno de
grão da superfície. Por exemplo, uma trinca de profundidade da ordem de 0,15 mm
pode estar formada à temperatura de 690ºC com apenas 500 peças injetadas, ou
surgir depois de 7.000 peças injetadas quando à temperatura de 550ºC.
·
Desgastes
(Adesão, Corrosão, Erosão)
O desgaste é a perda de material de um corpo devido a
movimentos relativos em sua superfície. A superfície do molde de fundição sob
pressão pode apresentar desgaste associado à adesão (solda) e erosão
(corrosão). A erosão é causada pelas altas velocidades com que o metal fundido
colide com a superfície do molde. A cavitação do alumínio no estado líquido em
alta velocidade reduz a pressão, vaporiza, produz bolhas no interior do fluxo
que implodem quando reduzida a pressão e cria ondas de choque danificando a
superfície. A cavitação e o arraste mecânico da superfície devido a uma alta
velocidade de injeção, que pode chegar a 60 m/s, aceleram o processo de erosão
na superfície do molde. A adesão e corrosão da superfície do molde originam-se
pela interação química decorrente da interdifusão de átomos do aço do molde e
da liga de alumínio que resulta na formação de compostos intermetálicos de alumínio,
ferro e elementos de liga gerando agarramento da peça durante a extração. Todos
esses fenômenos estão associados a:
o Temperatura muito
alta do alumínio;
o Posicionamento
(incorreto) dos canais de refrigeração;
o Ciclo rápido
(tempo de injeção);
o Desmoldante
insuficiente;
o Temperatura de
pré-aquecimento do molde muito alta;
o Baixa qualidade
de acabamento superficial do molde;
o Ausência de
revestimento PVD para proteção.
O desgaste pode
estar associado também ao desenvolvimento de trincas térmicas e, geralmente tem
relação com:
o Temperatura
desfavorável da superfície da cavidade;
o Posicionamento e
dimensão incorreta do canal de refrigeração;
o Tipo e
temperatura do meio de resfriamento;
o Temperatura da
liga fundida;
o Velocidade da
liga fundida muito elevada na cavidade;
o Impacto vertical
da liga fundida na cavidade;
o Machos e cantos
próximos aos canais de entrada;
o Ciclo de injeção
(rápido ou curto)
Todos esses mecanismos de desgaste citados acima podem estar
presentes no molde sendo um ou outro, em maior evidencia em função do projeto
de construção, tipo de material, processos térmicos, e principalmente,
condições de utilização.
·
Prevenção dos
mecanismos de desgaste com aplicação de tratamento superficial.
A aplicação de revestimentos de PVD aliados a outros tratamentos
superficiais como a nitretação, por exemplo, podem ser utilizados para aumentar
a vida útil das ferramentas prevenindo o desgaste da superfície do molde. A
elevada dureza das camadas associada à excelente aderência da superfície
protege a superfície do molde contra a erosão e a alta estabilidade química e
térmica aliada à baixa porosidade bloqueiam a difusão de átomos do molde para a
liga de alumínio e vice-versa, impedindo a formação de compostos intermetálicos
e como consequência minimizam o agarramento do material injetado ao molde.
Quanto à fadiga térmica, a ação conjunta do tratamento
superficial com a aplicação de revestimento PVD, atua induzindo tensões de
compreensão na superfície do molde, ajudando a evitar a fissuração
por fadiga térmica ou mecânica. O tratamento superficial recomendado para essa
aplicação é a nitretação a plasma, que possui um excelente controle dos
parâmetros possibilitando que a camada de difusão não ultrapasse 80 microns de
profundidade (dependendo do tipo de aço) e permite total difusão da camada
branca, o processo que inclui a nitretação + aplicação de revestimento PVD é
chamado de “duplex”.
A aplicação de revestimentos duros por PVD, vem sendo muito utilizada, pois todos esses
revestimentos provaram aumentar o rendimento de moldes para fundição sob
pressão de alumínio devido às características mecânicas desses revestimentos,
boa adesão ao substrato e baixa diferença de coeficiente de expansão térmica
com o substrato, minimizando a possibilidade de formação de trincas térmicas na
interface substrato-revestimento
·
Soluções em
revestimento PVD para injeção de alumínio.
A Platit do Brasil possui a mais moderna e eficiente linha de revestimentos
PVD de alto desempenho, para aplicação em ferramentais de injeção de alumínio
disponível no mercado, vários testes já realizados em clientes de todo o Brasil
comprovam o alto índice de eficiência dos nossos revestimentos, dois
revestimentos se destacam:
nACo Grad-iAL
Revestimento de alto desempenho desenvolvido pensando nas
necessidades de proteção, exigidas no processo de injeção de alumínio, podemos
denomina-lo revestimento de 6° geração, suas características físico/química disponibiliza
aos clientes a mais moderna tecnologia em revestimento PVD do mercado, sua
composição e estrutura sem similares no mercado fazem do nACo Grad-iAL um
revestimento único e muito superior aos concorrentes, entre os seus
diferenciais podemos citar:
o Dureza ultra alta
(≥3.500HV);
o Estrutura nano
composta e nano estruturada;
o Alta resistência
a oxidação por temperatura (≥1,200°C);
o Elevada
tenacidade devido a estrutura;
o Baixo stress de
camada e baixa rugosidade;
o
Revestimento a base de Titânio,
Alumínio e Silício (nc-AlTiN) / (a-Si3N4).
o Depositado em
camadas espessas (≥ 0,005 microns);
o Suas aplicações
típicas são trabalhos onde a resistência à fadiga térmica seja exigida,
exemplo: Injeção de alumínio, Zamak, Forja, corte e conformação a quente.
nACoXi
Também denominado revestimento de 6° geração, possui
características físico/químicas similares ao nACo Grad-iAL com um diferencial,
sua ultima camada (top layer) uma camada de oxido de aluminio, que confere ao
nACoXi uma resistência a oxidação por temperatura (~3000°C) muito superior a
qualquer revestimento oferecido no mercado, sendo a melhor opção para machos e
cavidades com pouca ou sem refrigeração, entre os seus diferenciais podemos
citar:
o Dureza ultra alta
(≥3.500HV);
o Estrutura nano
composta e nano estruturada;
o Alta resistência
a oxidação por temperatura (~3.000°C);
o Elevada
tenacidade devido a estrutura;
o Baixo stress de
camada e baixa rugosidade;
o
Revestimento a base de Titânio,
Alumínio, Silício+OXI (nc-AlTiN) / (a-Si3N4).
o Depositado em
camadas espessas ( 5-7 microns);
o Suas aplicações
típicas são trabalhos onde a resistência à fadiga térmica seja exigida, exemplo:
machos e cavidades para Injeção de aluminio com pouca ou nenhuma refrigeração,
injeção de zamak, Forja, corte e conformação a quente.
Vantagens em usar
os revestimentos nACo Grad-iAl e nACoXi
o Aumento da vida útil
das ferramentas, resultando em menores tempos de set-up das máquinas de
injeção;
o Redução de custos
de manutenção e fabricação de moldes;
o Redução dos
custos de produção de peças de alumínio injetadas;
o Diminuição de
peças com defeitos;
o Redução ou
eliminação do uso de desmoldante;
o Redução da
aderência do alumínio nos componentes do molde, facilitando a extração;
o Redução do custo
da não qualidade (retrabalhos, scrap etc)
Figura 6: teste realizado
em molde de injeção de alumínio sob pressão,
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